A Universidade Federal Fluminense vai atribuir, sob proposta do Núcleo Tradução e Criação do Instituto de Letras da UFF, o Doutoramento Honoris causa ao poeta, tradutor, crítico e multiartista brasileiro Augusto de Campos, um dos principais representantes da Poesia Concreta ou Concretismo brasileiro.

A cerimónia de entrega do título de Doutor Honoris causa terá lugar no próximo dia 25 de janeiro, terça-feira, em formato virtual e será transmitida pelo canal oficial do Youtube da UFF, com início às 14h00 (hora padrão de Brasília GMT -03 ou UTC -03).

Poder-se-á acompanhar o evento a partir da seguinte ligação: https://www.youtube.com/watch?v=zHKNRvce3t0

Vejam todas as informações no site da UFF aqui.

Breve biografia do homenageado:

Augusto de Campos nasceu em São Paulo, em 1931. Poeta, tradutor, ensaísta, crítico de literatura e música  e multiartista. A sua produção poética inicia-se em 1951 com o livro O Rei Menos o Reino. Com o seu irmão Haroldo de Campos e Décio Pignatari lançou em 1952 a revista Noigandres, origem do grupo literário que iniciou o movimento internacional da Poesia Concreta. Em 1953 produziu a série de poemas espaciais em cores, Poetamenos, primeira manifestação da poesia concreta brasileira. O verso e a sintaxe convencional eram abandonados e as palavras rearranjadas em estruturas gráfico-espaciais, algumas vezes impressas em até seis cores diferentes, sob inspiração da Klangbarbenmelodie (melodia de timbres) de Webern. Em 1956 participou da organização da 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna, em São Paulo, que reuniu pintores, escultores e poetas. A partir de então seus trabalhos foram incluídos em numerosas exposições nacionais e internacionais de poesia concreta e visual e em diversas antologias editadas no exterior, como Concrete Poetry: an International Anthology, organizada por Stephen Bann (London, 1967); Concrete Poetry: a World View, por Mary Ellen Solt (University of Bloomington, Indiana, 1968), Anthology of Concrete Poetry, por Emmet Williams (NY, 1968).

Os seus principais livros de poesia são O Rei Menos o Reino, Viva Vaia. Despoesia, Não e Outro. Em colaboração com o artista plástico e designer Julio Plaza publicou as coleções de poemas-objetos Poemobiles, Caixa Preta e Reduchamp. Entre os seus ensaios destacam: Teoria da Poesia Concreta, com Haroldo de Campos e Decio Pignatari; Poesía Antipoesía Antropofagia, O Anticrítico, À Margem da Margem, Poesia da Recusa, Música de Invencão. Tem numerosos livros de tradução focados especialmente na poesia de Arnaut Daniel e dos trovadores provençais, Dante, Cavalcanti, John Donne e os "poetas metafísicos”, Emily Dickinson, Hopkins, Mallarmé, Rimbaud, Rilke, Joyce, Gertrude Stein, Pound, Cummings, Stramm, Maiakóvski e poesia russa moderna.

Principais antologias poéticas em língua estrangeira: em francês, Poétemoins, a cargo de Jacques Donguy (2011); em espanhol, Lenguaviaje (2020), organizada por Gonzalo Aguiar; em alemão, Poesie - eine Anthologie, por Simone Homem de Mello (2021); em inglês, Concrete Poetry - a 21st Century Anthology, seleção de Nancy Perloff, também em 2021.

Foi Prêmio Jabuti de Tradução Literária, em 1979 e 1994, por seus livros Verso Reverso Controverso e Rilke: Poesia-Coisa. Recebeu o Prêmio Único da Fundação Biblioteca Nacional (2005), pela poesia de Não, considerado o melhor livro de 2003. Quanto a reconhecimentos internacionais, foram-lhe atribuídos o Premio Iberoamericano de Poesia Pablo Neruda (2014) e o Grand Prix de Poésie Janus Pannonius (2017).

[Texto adaptado de http://ntc.sites.uff.br/2022/01/20/solenidade-de-outorga-do-titulo-de-doutor-honoris-causa-a-augusto-de-campos/, e de http://www.augustodecampos.com.br/biografia.htm.]