São Feitas de Palavras as Palavras - Ensaios de literatura portuguesa
Um eloquente e sugestivo verso de Manuel António Pina, "São feitas de
palavras as palavras", é o que dá título a esta coletánea de ensaios do
professor, investigador da UVigo e diretor da CJS, Carlos Nogueira: São Feitas de Palavras as Palavras - Ensaios de literatura portuguesa, publicado em 2017 pela I Cátedra Internacional José Saramago da Universidade de Vigo.
Neste
livro, onde do que se trata é de ler textos literários, investigar "a
pluralidade dos
seus códigos, a mutiplicidade e a infinitude dos seus significantes e
das suas relações de significado", podemos encontrar 20 ensaios sobre
uma ampla e diversa seleção de autores da literatura portuguesa,
organizados em duas partes.
Na primeira
parte do volume, dedicada á poesia, Carlos Nogueira debruça-se sobre
autores como Nicolau Tolentino, João Penha, Guerra Junqueiro, Gomes
Leal, Álvaro de Campos, Jorge de Sena, Alexandre O’Neill, Liberto Cruz,
Manuel António Pina, Daniel Faria; e sobre Camilo Castelo Branco, Raul
Brandão, Aquilino Ribeiro, José Saramago, J. Rentes de Carvalho, Afonso
Cruz e Valter Hugo Mãe, na segunda parte, dedicada à ficção.
Embora,
em geral, as obras estudadas beneficiem de um reconhecimento da
história e da crítica literárias, que lhes atribuem valor literário e
sociocultural, há autores e textos cuja importância não está ainda
suficientemente esclarecida. As propostas de leitura aqui reunidas
pretendem contribuir para o esclarecimento de alguns aspetos mais
polémicos ou menos estudados dessas obras e desses escritores.
Os ensaios que fazem parte desta compilação foram publicados em revistas científicas
entre 2012 e 2017 e refletem o percurso de ensino e investigação do
autor, que já na introdução manifesta:
"(...) reconheço à literatura e aos estudos literários um lugar central na História e na evolução do ser humano e da sociedade, e este livro (...) é o reflexo disso mesmo; reflexo, também, de obras teóricas que, independentemente dos seus princípios de base (mais biografistas, psicologistas ou socioculturais, mais formalistas e estruturalistas, mais de estilística e retórica, etc., ou mais de síntese entre as várias orientações), têm sido decisivas para a constituição da crítica literária moderna e do seu propósito de determinação, na medida do possível, dos sentidos e valores de um texto literário ou de um sistema de obras literárias. De toda essa teoria e prática crítica é devedora a minha atividade de crítico literário seduzido pela natureza verbal da literatura e pelo que nela é imagem e (re)construção do humano, das suas ideias, dos seus valores e das suas ações."
Carlos
Nogueira doutorou-se em Literatura Portuguesa na Universidade do Porto
(2008) e tem sido professor e investigador em universidades e escolas
superiores da Europa (Universidade Nova de Lisboa, Universidade de
Poitiers e Universidade de Vigo) e da América Latina (Universidade de
São Paulo e Universidade Nacional Autónoma do México). É investigador do
Instituto de Estudos de Literatura e Tradição (Universidade Nova de
Lisboa), e diretor da I Cátedra Internacional José Saramago
(Universidade de Vigo). Além de mais de três dezenas de livros
académicos publicados, é autor de obras dirigidas à infância e à
juventude, e cronista em vários jornais portugueses. Recebeu, em 2011,
2012, 2013 e 2014, o Prémio de Internacionalização da Produção
Científica da FCSH da Universidade Nova de Lisboa e, em 2012, 2013 e
2014, o Prémio Montepio de Ensaio.